A MODA NO MUNDO
Anos 1900: Festas e Luxo

O inicio do Séc. XX foi um período de grande ostentação e extravagância.
Havia uma avalanche de bailes, festas, jantares. Gastava-se mais dinheiro, consumia-se mais comida, mais cavalos corriam e ficava-se acordado até mais tarde do que jamais já se fez.
A moda, como sempre, era o reflexo da época. Um novo ideal feminino surge, sua postura era ereta que lhe dava uma expressão graciosamente dominadora.
Essa época foi definida como a “última diversão das classes altas” e até as cores das roupas refletiam o grande otimismo daqueles que tinham dinheiro para gastar. Eram os tons pastel de rosa, azul-claro ou malva, ou preto com lantejoulas, pedrarias pregadas em toda a roupa. Os tecidos preferidos eram o crepe da China, o chiffon, a musselina e o tule.

Anos 1910: Independência e Trabalho

A década de 1910 foi marcada pela emancipação feminina que encontrou adeptos nas fileiras da politica: o movimento sufragista que manifestava o direito de voto tomou vulto e com o advento da Primeira Grande guerra Mundial, o mercado de trabalho foi suprido com a mão de obra de mulheres, para atividades tradicionalmente reservadas aos homens que partiam para os campos de batalha.
Embora a moda seguisse conservadora, a abolição do espartilho e a subida das bainhas e os tons predominantemente escuros constituem os principais marcos desse período.

Anos 1920: A Era do Jazz

O pós-guerra é sempre uma época de profundas mudanças. E os anos 20 não deixaram por menos, uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas.
Essas mulheres cada vez mais independentes e com poder de voto decidiram abandonar de vez as antigas regras. Elas subiram as barras das saias e passaram a usar modelos de vestidos consideravelmente mais abertos e soltos. A cintura desceu em modelagens de forma reta. Os cabelos ficaram curtinhos. Os chapéus, menores. A maquiagem e os cigarros foram permitidos. Os ídolos do cinema representavam todos esses ideais de beleza e comportamento.

Anos 1930: Tempos de Crise

A quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, criou um momento de restrições que se expandiu por todo mundo. Com a economia em caos, a chegada de Hitler ao poder, o comunismo em seu ápice e a população sem recursos, surgiu um amplo espaço no imaginário para os sonhos e os desejos.
Astros como Jean Harlow, Greta Garbo e Fred Astaire estrelavam filmes falados, já popularizados. O cinema investiu com força nesses desejos, amplamente assegurados pela moda. As roupas eram brilhantes, glamourosas, drapeadas e luminosas. Mulheres fatais enroladas em fartos casacos de pele e jóias posavam ao lado de galãs impecáveis. Sonhos para os bolsos de poucos que faziam questão de ostentar sua posição.

Anos 1940: Moda em Guerra

A década de 40 começou com a Segunda Guerra Mundial. No mundo todo os exércitos eram formados por filhos, pais e maridos de mulheres que precisaram aprender a trabalhar em fábricas para darem continuidade às produções de seus países. O cinema descobriu seu talento para o marketing, incentivando as pessoas e incutindo-lhes ideologias.
As atrizes, para animar as tropas, faziam shows. Surgiu a figura, e também a fascinação, das pin-ups. Em uma época de tantas restrições, poucos recursos e falta de matérias-primas, a moda adaptou-se, optando por modelos de roupas sóbrias, retas, masculinas e sem exageros, com o uso quase obrigatório de chapéus. A ostentação era condenada, e as diferenças entre as classes sociais diminuíram.

Anos 1950: Feminilidade em Alta

O pós-guerra trouxe para a vida das pessoas uma atmosfera de festa, comemoração e consumismo. As privações de guerra tinham ficado para trás e era tempo de fartura. A televisão fez surgir estrelas em seriados como I Love Lucy. Os valores do sitcom influenciaram as mulheres, que se esforçavam em ser boas donas-de-casa e mães. Com mais tempo livre em função das novidades teconógicas domésticas, elas podiam se dedicar mais à família e à beleza. Os ícones do cinema, música e sociedade se empenhavam em mostrar sensualidade ou elegância, vestidos em roupas de estilistas como Chanel e Christian Dior. Casaquinhos ajustados combinados com as saias amplas eram exemplos de feminilidade absoluta.

Anos 1960: Época em que tudo mudou

O início dos anos 60 ainda mantinha aquele espírito calmo da década anterior. Jackie Kennedy era celebridade absoluta, com seu estilo discreto e elegante. A cartela de cores era suave, em tons pastel e neutra. Mas isso logo mudou. As artes, a cultura e a literatura esgueiravam-se por caminhos experimentais, buscando a liberdade de expressão acima de tudo.
Esses ares revolucionários também dominaram a moda. Mary Quant lançou a minissaia, enquanto as estampas geométricas coloriam as roupas com todos os tons possíveis. Nessa década a corrida espacial e a Guerra Fria entre EUA e URSS iniciou. Mais uma vez os acontecimentos refletiram-se na moda e na cultura, com peças de roupas e objetos inspirados no futuro espacial.

Anos 1970: Paz e Amor

A década de 70 foi um tempo onde todas as culturas e estilos reclamaram seu espaço ao mesmo tempo. Chocar era a intenção principal. É por isso que essa época também é marcada por um modo de vestir “tudo junto”. Para alguns, quanto mais disparate a combinação, melhor. Os hippies, que já haviam surgido nos anos 60, consolidaram um movimento cultural com expressões que iam da música ao estilo de vida. A moda refletiu a alma deste período. Flores, liberdade e orientalismo eram suas marcas registradas. Ao mesmo tempo, escândalos políticos e desarranjos econômicos explodiam por todo o mundo, semeando as bases para revoltas e crises que surgiram adiante.

Anos 1980: A Década do Exagero

Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década em que o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar.
Os yuppies, executivos jovens sedentos por poder e status, também encabeçavam outro movimento. A moda apressou-se por responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Num afã em ostentar, todas as roupas de marcas conhecidas tinham seus logos estampados no maior tamanho possível. O jeans ganha status. Mas não bastava ser bem-sucedido e bem-vestido. Nessa década, ter um corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso.

Anos 1990: Diversidade em Harmonia

Até a metade da década de 90 o exagero dos anos anteriores ainda influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos, as blusas segunda-pele e colocou-se a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra com novos materiais e cores.
Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem harmoniosamente. A moda seguiu cada uma dessas tendências, produzindo peças para cada tipo de consumidor e para todas as ocasiões. Entretanto, vale a pena ressaltar o Grunge, estilo impulsionado pelo rock, influenciou a moda e o comportamento dos adolescentes com um look despojado de calças e bermudões largos e camisas xadrez.

A primeira década do século XXI, não conseguiu criar um perfil novo, mas produziu toda uma série de variações de silhuetas e estilos já conhecidos.
Observa-se uma tendência revivalista dos anos de 1960 e 1970, ao mesmo tempo em que na Alta-Costura, Galliano reinterpreta os anos de 1920 para a Casa Dior. Os revivalismos seguem-se uns aos outros a uma velocidade cada vez maior permitindo uma moda democrática que oferece a possibilidade de combinar os mais diversos estilos.